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Sicari 2: The Brink Of Time

Autor: Eevee
Hack Completa: 46 saídas
Emulador recomendado: SNES9X

"Um ano após Niscura comer poeira uma nova ameaça chamada TS-94 surge em busca de amuletos do tempo pra ficar ainda mais overpower. Será que Sicari e K-16 vencerão essa batalha?"

Após um tempo que parecia uma eternidade Eevee coloca na mesa de jantar algo que muitos da comunidade estavam esperando: a continuação da versão remasterizada da sua primeira hack. Em tempos em que kaizos surgem num piscar de olhos, o pessoal que não sabe fazer shelljump reza para que os autores tradicionais não se desmotivem e consigam finalizar seus projetos com suporte mínimo... se bem que o autor teve todo apoio do mundo dessa vez.

Em Sicari 2: The Brink of Time, você controla a ex-assassina Sicari avá acompanhada de sua fiel amiga K-16, uma arma viva capaz de superar Metal Gear. As duas foram convocadas em uma missão especial, viajando no tempo na tentativa de corrigir o estrago do chefão final (é a moça da title screen). Em comparação com Sicari Remastered, esta hack possui coisas bem legais.

Nada a temer, apenas as nossas heroínas estilo Dangaroppa.

Sem dúvidas, o foco principal do jogo são os gráficos. Não só eles foram desenhados originalmente pelo próprio autor (que apresenta uma qualidade incrível se você comparar com o que ele fazia em 2013) mas como a hack abusa de efeitos especiais. Praticamente a hack inteira possui HDMA, parallax de várias camadas no background (tipo Sonic de Mega Drive), gradiência e um jogo de cores que quando não é feminino-elegante é algo bem quente ou frio.

Mas não para por aí não, o autor foi além: não só você pode escolher qual das duas meninas jogar na fase, como também elas possuem as próprias regras de jogabilidade e rotina de gráficos. Em outras palavras, elas vão ter animações diferentes pra cada tipo de morte in-game possível como também terão poderes especiais (K-16 é estilo Mega Man e a Sicari é mais Ninja Gayden). São pequenos detalhes que devem ter custado tempo do autor pra ter ficado bonito assim.

"Isso aqui é só um exemplo do apelo visual"

O jogo em si é original e como todo jogo que desenvolve um enredo original precisa contar essa história de alguma forma original. Por aqui, o jogo possui algumas cutscenes muito bem trabalhadas usando Layer 2 e fases onde alguém te passa toda uma informação histórica daquele local. Em alguns lugares é possível acessar livros que falam coisas mais complexas, só pra quem realmente tá afim de entrar de cabeça no jogo. Se nada disso te importa saiba que dá pra dar skip.

Falando nisso, a atmosfera do jogo demonstra ser um lugar vulgar e perigoso para crianças que desejam crescer saudáveis. Corrupção, violência e alienação sexual são temas recorrentes do jogo graças a um futuro em que as meninas não conseguiram salvar (ainda). Algo curioso do game que pode deixar algumas pessoas bem desconfortáveis é que as protagonistas (que são crianças) ás vezes cruzam por referencias do mundo adulto (como o prostíbulo) naturalmente.

"Um exemplo de como as cutscenes funcionam."

A trilha sonora vai agradar a muitos e ser alvo de crítica de poucos. Uma belíssima, atmosférica soundtrack composta de ports feitos por gente habilidosa da comunidade SMWcentral, cheias de samples e (que milagre) não explodiu a ARAM. Por aqui, você vai encontrar sucessos de outros jogos como Kirby, Metroid, Tokimeki Memorial (adoro esse jogo), Persona 2 (outro que não existe) e algumas músicas obscuras de Drum N Bass, coisa daqueles jogos flash da Newgrounds de 2005.

E por que a hack seria criticada com uma trilha sonora tão bonita? Porque ela não é original e para algumas pessoas da nossa queria comunidade internacional, isso é um pecado que pode acabar com a imersão. Pois bem, algumas pessoas valorizam a imersão em jogos (principalmente se é algo como Silent Hill ou Manhunt) mas como isso daqui é uma hack de Mario e nem todo mundo nasceu tocando piano acho que não vai cair o dedo de ninguém, certo?

"O autor fez até telas animadas pra momentos especiais. Que demais, eh?"

O level design do jogo é bem simples e boa parte das fases consiste em você chegar até o final e coletar um shard colorido. Para isso você precisa desviar de inimigos do seu tamanho que geralmente andam em duplas ou gangues de 8 integrantes (isso quando não tem inimigos grandes na sua cola). Inimigos metálicos são praticamente imortais, você só consegue matar eles jogando algo neles. Vale lembrar que o jogo possui um sistema de HP e walljump.

No começo da aventura você acessa um tutorial e o que será o mapa do game: o Warpstation. Esse computador vai te dar 5 fases por capítulo e você pode jogar na ordem que preferir. Passando das 4 fases, a quinta (que será o chefe) irá se abrir. Caso você encontre a saída secreta em uma fase você será enviado pra uma zona especial do com fases especiais. Se você coletar 5 gemas coloridas (dragon coins) você tem acesso a um bonus game ao estilo "Caminhão das Casas Bahia", só que aqui você coleta moedas pra farmar vida.

"Eu não sou estúpido, isso se chama curiosidade."

Os chefes são incríveis: não só são criativos como também são desafiadores. Graças ao poder do ASM, aqui você vai enfrentar inimigos que ficam mais fortes e ágeis a cada golpe que sofrem. Todos eles possuem um jeitinho certo de serem derrotados e todos eles dependem dos reflexos do jogador porque... bom, os bicho aqui não são burros feitos os koopa vanilla. Mas não fica só por isso não, os chefe são agressivos e cada golpe deles te arranca 20 HP.

Se você comparar com Sicari Remastered, os chefes continuam desafiadores só que aqui não existe um certo balanceamento, os bicho vão tentar te matar de tudo que é jeito. O final Boss? Tem 3 turnos e vai ficar locão quando tiver 1 de HP. Se você é daqueles que só joga sem savestate porque se fosse ao contrário não teria graça então que Lenneth eterna tenha piedade da nossa alma. Será que o autor testou a própria hack com savestate? Mistérios...

"Tem coisa mais metal que cometer infanticídio?"

Mas nem tudo são flores, não é mesmo?
Boa parte dos pontos negativos da hack se encontram no game design, simplesmente porque o autor teve decisões que tornaram a experiência mais complicada do que merecia. Pra começo de conversa, o jogo se tornou bem mais frustante comparando com Sicari Remastered porque o game não salva antes dos chefes, forçando você a jogar 1/3 do level (que é difícil) antes de tentar novamente. Fora que o RNG dos bicho, minha nossa...

O jogo não possui SA-1, mas demonstra o poder de aguentar vários sprites estilo Randering Ranger. Só que é aí que mora o perigo pois da metade do jogo para frente o level design se torna mais claustrofóbico e com uma presença maior de inimigos. O tempo de reação diminui, o espaço seguro diminui e fica mais fácil de sofrer dano. As fases então começam a repetir setups que consistem em você executar uma sequencia de pulos precisos pra prosseguir, porém os sprites se encontram fora da visão da câmera forçando o jogador a cometer pulos cegos.

"Autoscroll fast e inimigos aglomerados... como não levar dano?"

Mas o que realmente acabou comigo foi a expectativa que eu tive em relação ao final e o conteúdo que vem depois. Basicamente, você joga normalmente e por ventura ignora 3 amuletos especiais. Você então derrota o chefe final e assiste uma cutscene que dá entender que tem mais coisa. O jogador então volta e coleta os amuletos e descobre mais cinco fases (muito difíceis). Resultado: não existe true/secret ending porque as últimas 5 fases eram bônus (mas o jogo não conta).

Agora criticando de forma um pouco mais subjetiva, eu não entendi o apelo do autor da hack em tornar a experiência mais frustante quando ele só queria deixar mais desafiadora e divertida. Acredito que se os chefes tirassem menos dano do jogador, que se houvesse midway antes deles, que se o jogo não tentasse se tornar mais preciso porque "precisão = difícil" seria bem melhor. Até porque, quem gosta de morrer várias vezes no mesmo level é kaizo player.

"Exemplos de quando o game brinca com a sua cara."

Entretanto, levando tudo isso em conta Sicari 2: The Brink of Time é uma hack que apesar de seus defeitos merece (e muito) ser apreciada nem que seja por 30 minutos. Uma hack com potencial pra virar jogo comercial, algo imaculável que não aparece todo dia na comunidade. Assim seja.





"Se Sicari 3 não tiver Renata Ingrata jogável eu nem quero."

Dificuldade: 4/5
A hack em teoria é fácil... ou era pra ser.
Se você não tiver paciência a experiencia será frustrante.

Jogabilidade: 8/10
O jogo trouxe coisas novas que são simples mas fazem justiça.
Os chefes, principalmente, vão tirar 10 anos da sua vida.

Gráficos: 8/10
Belíssima execução artística que evoluiu bastante de 2013 para cá.
Um dos gráficos originais mais charmosos da comunidade.

Músicas: 9/10
Apesar de uma bela OST, houve uma carência por originalidade por aqui.
Mas é apenas uma hack de SMW então está perdoado.

Mapa: 10/10
Melhor que a idéia do mapa só mesmo a execução do mesmo.
Se você não percebeu o monitor do PC é o mapa.

Criatividade: 10/10
Boa parte da criatividade se encontra no universo criado pelo autor.
Até porque salvar a Peach ninguém aguenta mais, não é?

Nota final: 9/10
Se tem uma coisa como desenvolvedor de jogos que eu aprecio é originalidade. 
Hacks vem e vão, mas Sicari mais uma vez prova que veio pra ficar. Recomendo.

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